23 de setembro de 2008

colapso,


entende que sofrer não me faz bem, aliás, eu gostaria de encontrar uma fórmula que me fizesse sentir bem melhor. Sei que tenho muito a oferecer, mas estou resumida a tão pouco, é como se dentro da minha alma houvesse apenas um vazio cortante, grotesco.
Eu me perdi de mim há algum tempo, e hoje faço coisas que não me orgulho tanto. coisas difíceis de serem curadas assim.
sou eu a responsável por todas estas tragédias, esperando que alguma coisa boa o bastante aconteça, que me faça sorrir. Talvez voce tenha razão, eu nunca vejo o lado bom das coisas. não, não, eu acredito que não consigo distingui-las, uma espécie de daltonismo nonsense.
é tão estranho isso, de repente estou fixando o olhar em um monte de nada, e algumas lágrimas salgadas caem. elas queimam meu rosto com um ácido muito forte, e formam crateras de dúvidas em mim. eu realmente jurava que elas haviam secado, mas sempre estiveram comigo, á beira de um surto. Ninguém as percebe, e é incrível como as pessoas continuam sorrindo pra mim, como se tudo estivesse bem.
eu pareço estar bem? mesmo enquanto me afundo num poço de angustia sem sentido algum, sem motivos óbvios, eu apenas sinto.
Não lembro quando foi a 1º vez que senti isso, mas não me faz nada bem. são coisas que voce não entenderia, é pessoal demais pra ser explicado e mutuamente entendido.
eu marquei minha pele, em algum momento de insanidade e desgosto próprio, e não senti dor, apenas sabia que precisava me punir de alguma forma, e aonde eu for, levarei essa marca comigo, como uma lembrança do que eu fui capaz de fazer, algo que nunca passaria pela minha cabeça um tempo atrás.
Eu me conduzi á um lugar ao qual não gosto de estar, uma vida alheia de percepções, daquelas coisas que eu deveria estar vivendo.
estou presa á uma idéia, á uma obcessão, o que quer que eu coma, preciso pôr pra fora, não consigo me libertar, é como um vício, um mecanismo infernal. me fiz de sadia pra não chamar a atenção, mas eu sei que estou definhando por conta própria.
e então vem alguém e diz como eu sou bonita, e por um momento, por um momento quase imperceptível eu acredito, mas quando estou sozinha, ninguém me ouve chorar;
já não sei quem sou, mas eu me tornei algo que detesto o suficiente pra ter coragem de acabar com tudo de uma vez.
são coisas insignificantes, são coisas pequenas.

'você não pode nem conseguiria entender. e é claro que eu não esperava outra coisa''

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